quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mexer no mouse ou amarrar os sapatos?




Um estudo realizado pela AVG conclui que mais da metade (69%) das crianças (entre 2 a 5 anos) sabem utilizar o computador ou um smartphone mas não sabem realizar tarefas simples, como amarrar os sapatos.

E os números não enganam:

    * 58% das crianças do estudo sabem jogar no computador
    * 20% sabe nadar
    * 52% sabe andar de bicicleta
    * 69% consegue usar o mouse
    * 11% sabe amarrar os sapatos

O estudo foi realizado no final do ano passado, com 2200 mães residentes na Alemanha, Canadá, França, Reino Unido, EUA, Itália, Espanha, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Todos os entrevistados tinham conexão com a internet.

O pesquisador e neurologista infantil Antonio Carlos de Farias explica que o cérebro segue em formação depois que nascemos. Os estímulos vêm do ambiente em que as crianças crescem. Quanto mais estímulos o cérebro receber, maior será a quantidade de conexões entre os neurônios, o que garante mais habilidades.

"Manipular o computador nesses primeiros anos de vida por um certo período, um tempo curto que a criança possa desenvolver uma série de aptidões é ótimo, mas ficar o dia inteiro provavelmente causará prejuízo a ela", afirma Farias.

Segundo especialistas tais conhecimentos na área de tecnologia poderão ajudar essas crianças no futuro, porém seus responsáveis devem controlar o acesso dos mesmos com senhas e impondo limites. O acompanhamento dos país pode privilegiar também a interação dessas crianças nas redes sociais.

Em uma escolinha em Curitiba, as professoras ensinam os alunos pequenos a amarrar os cadarços. E fazem questão que brinquem como no passado, para que a aula de informática seja só mais uma atividade. "Eles não sabem pular amarelinha, passar anel. Nós fazemos esse resgate”, diz Dinalva Krasowski, diretora da escola.

“O conselho é que os pais façam uma ponte entre o mundo virtual e o mundo concreto. Quando a criança estiver no computador, é importante disponibilizar brinquedos que a criança possa pegar, sentir o cheiro e não só ficar olhando para a tela”, explica Farias.

Uso de tecnologia
Tem efeitos benéficos e outros não muito bons. Usamos muito o computador em reabilitação motora e cognitiva. Mas é óbvio que ele predispõe ao vício. É preciso observar o comportamento. Se ela tiver uma preferência de ficar com a máquina ao invés de ver os amigos, já não é o que se espera. É preciso encontrar um equilíbrio.

Amarrar os sapatos
Se a criança está sendo pouco exposta a isso ou a mãe está amarrando seus cordões, ela não irá adquirir essa habilidade. A partir dos cinco anos ela já pode ser treinada para isso, para essa coordenação motora fina.

Moderar o uso
O diálogo é muito importante. É preciso oferecer alternativas, não apenas proibir o uso. A sociedade moderna tem demandas e muitos pais usam o computador como babá eletrônica. Não sou contra a máquina, mas é preciso controlar o tempo de uso. Observe também a forma como ela senta e como ela pega no mouse para não ter problemas posturais.

Estímulos
Todo tipo de estímulo que vivenciamos de forma repetitiva, eles modificam nosso cérebro. Alguns são positivos outros negativos. Podem ser aspectos comportamentais, como a repetição de comportamentos inadequados. Mentir perto do filho é um estímulo negativo. Como também postura motoras inadequadas irão motivar o cérebro a automatizar algo errado, gerando problemas no futuro.

Aspectos concretos
É muito melhor a criança pegar uma maçã, sentir uma maçã, cheirar uma maçã e provar uma maçã, do que apenas ver a foto dela no computador. É importante estimular os outros sentidos.

Apoio pedagógico
Se a criança gosta de usar o computador, mas tem problemas na escola, associe o uso do computador com programas que trabalhem questões como matemática, por exemplo. Jogos para faixa etária infantil devem ser sempre pedagógicos, não devem estimular apenas a competitividade.

Reportagem exibida no Jornal Hoje de 03/02/2011. Por:Cristina Graeml - Curitiba, PR, Complementada pelas informações do site:http://www.webdicas.info

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