sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Educação e tecnologia


Com a “invasão” das NTIC’S nas escolas é necessário à quebra de vários paradigmas no que se refere ao processo de ensino aprendizagem tanto para professores quanto para alunos. A Revolução Digital e seu impacto em nossas vidas, talvez seja o um dos fenômenos mais importantes dos últimos tempos, no que se refere à educação. Podemos afirmar que muitas coisas mudaram: trocamos o papel de carta pelo e-mail, as filas de banco pelo clique, as compras nas lojas pela navegação na web, a e com estes avanços, a educação à distância ganha força, com a dinamicidade que a Internet proporciona. Mas a escola onde entra neste contexto? Na linha de frente ou fica na retaguarda esperando que este modismo passe? 

O modo como é visto estas NTIC’s, faz que educadores repensem à maneira de atuação nas salas de aula, onde a desfragmentação das disciplinas se faz necessário. Não é possível que se trabalhe a educação de forma fragmentada, haja vista, que a informática educativa vem para ser um elo entre as mais variadas disciplinas que até então nunca se imaginou que pudessem ser trabalhas em conjunto. Segundo Valente (1997), a informática educativa possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo e voltada para a resolução de problemas específicos do interesse de cada aluno.

Trabalhar com computadores na educação faz que os profissionais envolvidos neste processo deixem de ser apenas professores, e passem a ser mediadores do processo de aprendizagem, que construam junto com os alunos novos conhecimentos e se reconstrua de forma contínua e ininterrupta conhecimentos já construídos. A informática na educação propicia o trabalho de forma cooperativa, onde todos trabalham focados no processo de aprendizagem, construindo, desconstruindo e reconstruindo significados.

Conforme Almeida (1998) citado por Passos e Siluk (2002),

o computador estabelece uma relação dialética entre o concreto e o abstrato, ao passo em que permite a pesquisa de novos dados, construção de novos conceitos, o trabalho em equipe, a simulação de situações que levam o aluno a pensar por si e em equipe, etc. (p.68).

Portanto é necessário entender que o domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de forma estanque e em separado. O interessante é quando o técnico e o pedagógico crescem juntos, simultaneamente. Segundo Kaufmann (2001), o domínio das técnicas acontece por necessidade e exigência do pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas situações para o pedagógico, o que oportuniza uma espiral ascendente na sua complexidade técnica e pedagógica.

O crescimento do uso das NTIC’s, desde os computadores pessoais, passando pelos sistemas multimídia e pelas redes de comunicação tem causado grandes expectativas no que tange a educação escolar. Lamb (2001) citado por Kaufmann (2001), afirma que:

todos os recursos didáticos que surgiram nos últimos séculos, desde livros textos e quadros, a projetores de slides, vídeos e computadores reúnem-se agora em uma única estação de trabalho interativa unidos a rede de alcance mais amplo. (p.24)

O computador deve ser utilizado para catalisar e auxiliar a transformação da escola, fazendo com que o método tradicional, baseado na mera transmissão de conteúdo, com uma produção final de alunos passivos, sem capacidade crítica e com visão limitada de mundo seja revertida para formação de pessoas preparadas para encarar os dias atuais em que vivemos. Para isso é necessário salientarmos a necessidade da alteração da postura de todos os profissionais da educação envolvidos neste processo. Apenas informatizar as escolas e levar os alunos para um laboratório de informática não basta.

Valente (1997), argumenta que o computador na educação deve ser visto como uma máquina a ser ensinada, sendo o aluno o responsável pela passagem de informações para o computador. Este processo passa a ser de extrema importância para a aquisição de novos conhecimentos e a construção do conhecimento a partir da busca do novo para complementar ou alterar o que já possui. Afirma também da necessidade do acompanhamento do aluno por um profissional qualificado na interação aluno-computador, capaz de conhecer o processo de aprendizado através da construção do conhecimento e que compreenda o potencial do computador.
 
KAUFMANN, Vera Lúcia. Formação docente e o desafio da informática. Monografia (Programa de Pós-Graduação Educação) - Universidade de Santa Cruz do Sul, 2001.

PASSOS, Patrícia Trombeta; SILUK, Ana Cláudia Pavão. Informática Educativa através de projetos interdisciplinares. Revista Educação – Curso de Pedagogia – NIPE, São Paulo, nº. 4, jun. 2002.

VALENTE, José Armando. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pátio, Porto Alegre,  n. 1, mai/jun.1997.

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